Cristóbal de Villalpando: biografia, características de sua pintura, obras - Ciência - 2023


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Cristóbal de Villalpando: biografia, características de sua pintura, obras - Ciência
Cristóbal de Villalpando: biografia, características de sua pintura, obras - Ciência

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Cristóbal de Villalpando (1649-1714) foi um pintor proeminente do final do século XVII e início do século XVIII. Poucos dados são conhecidos sobre o artista antes de sua carreira profissional, mas os historiadores concordam que seu local de nascimento poderia ter sido na Cidade do México.

Suas obras, ao contrário, eram bem conhecidas. A sua primeira obra data de 1675 e foi realizada numa igreja de Puebla, embora o seu papel mais importante tenha sido realizado com várias pinturas para a catedral do México.

O papel de Villalpando foi vital na renovação artística realizada pelos espanhóis no México. O objetivo era transformar os ícones ou símbolos usados ​​com o intuito de adaptá-los às tradições políticas, sociais e culturais dos novos colonizadores.

As características mais marcantes do trabalho de Villalpando dizem respeito ao uso de purpurina ou ornamentos dourados. O estilo das pinceladas não seguia um padrão fixo.


Um de seus trabalhos mais relevantes foi O triunfo da igreja, uma obra que se destacou pelas grandes dimensões.

Biografia

Informações sobre a vida de Cristóbal de Villalpando são quase inexistentes. A data exata em que ele nasceu não é conhecida, pois sua certidão de nascimento ou batismo nunca foi encontrada. Também não há dados sobre sua formação profissional.

Toda a sua vida profissional foi desenvolvida na Nova Espanha, entre Puebla e a Cidade do México. Ele foi um pintor que trabalhou especialmente para encomendas feitas pelos espanhóis. O objetivo que tinham era valorizar a arte local, mas dando-lhe características da cultura europeia.

No final do século 17 e no início do século 18, ele foi um dos artistas mais importantes e procurados. Foi uma peça fundamental na evolução do movimento barroco naquela região do continente americano.

Durante seu crescimento como pintor, o México viveu uma fase em que a religião teve grande influência em todos os aspectos da sociedade. Isso foi transferido para as diferentes disciplinas artísticas do país e muito foi investido na promoção da figura da Igreja Católica.


Em algum ponto sua influência mudou para o estilo churrigueresco. Desta forma, Villalpando deu as costas a algumas ideias artísticas da Europa para se concentrar em aspectos mais locais.

Por mais de dez anos, ele serviu como inspetor de arte para as autoridades da Coroa espanhola. Graças a esta posição, ele teve uma grande influência, especialmente para a nova geração de pintores da Nova Espanha.

Entre as coisas que se assumiram na vida de Villalpando está que ele nunca saiu do México.

Família

Os pais de Cristóbal de Villalpando eram Juan de Villalpando e Ana de los Reyes. São informações que se conhecem graças a um documento onde o pintor dá informações sobre os seus pais.

No mesmo texto, encontrado na catedral do México, Villalpando afirmava ser nativo do lugar e por isso historiadores afirmam que sua nacionalidade é mexicana. Mas são dados que não puderam ser confirmados de outra forma.


Além disso, Villalpando se casou com María de Mendoza em Puebla e o casal teve até quatro filhos nos anos subsequentes.

Treinamento

Entre as coisas que se presumem sobre a vida de Villalpando estão os detalhes sobre suas inclinações artísticas e quem foram seus mestres em sua formação como pintor.

Nesse sentido, os historiadores se concentraram em analisar a obra de Villalpando para determinar quais elementos eram semelhantes aos de outros artistas de épocas anteriores. Esses estudos permitiram constatar que Villalpando coincidia em muitos aspectos com o também pintor Baltasar de Echave Rioja.

Diego de Mendoza também foi nomeado um dos professores de Villalpando. Sobretudo pelo vínculo familiar que os dois artistas criaram quando Villalpando se casou com uma de suas filhas.

Características de sua pintura

Um dos elementos mais característicos da obra artística de Villalpando é que suas obras tinham um foco muito claro em temas religiosos. Ele sempre trabalhou para encomendas e suas pinturas adornaram igrejas muito emblemáticas da Nova Espanha.

Os arcanjos foram figuras muito presentes nas obras de Villalpando. Ele veio para pintar San Miguel, San Ignacio, San Joaquín ou Francisco Javier.

Entre 1690 e 1710 foram vividos os anos mais importantes de sua carreira. Mas sua primeira obra foi realizada em 1675 no mosteiro San Martín Caballero, hoje conhecido como convento Huaquechula.

Ele destacou a importância que deu à presença e representação da luz em suas telas. Embora tenha sido uma característica que surgiu quando ele começou a se afastar das ideias barrocas de alguns espanhóis que se inclinavam para ambientes mais sombrios.

As cenas que Villalpando retratou em suas obras tinham um grande número de cores.

Vários de seus trabalhos se destacaram pelo grande porte. Moisés e a serpente de bronze e a transfiguração de Jesus É uma tela com quase 9 metros de altura. Nesta pintura, os personagens foram representados em tamanho real.

Os personagens bíblicos que ele retratou costumavam transmitir movimento e fisicamente sempre tiveram características semelhantes.

Obras representativas

O retábulo do mosteiro de San Martín Caballero é uma das suas obras mais importantes porque é a primeira da sua carreira de pintor. Nesta obra Villalpando foi autor de 17 das 18 pinturas que possui. Nas telas estão representados alguns santos e a Virgem Maria.

Este trabalho de Villalpando sofreu muito ao longo dos anos. Villalpando foi o primeiro a encarregar-se de transferir as imagens do retábulo para a tela, já que antes o trabalho era feito sobre tábuas.

Durante o século XIX, o retábulo foi restaurado pela primeira vez e o uso de cores foi enfatizado. Principalmente para que a obra ganhasse em luminosidade. O Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH) foi encarregado de outra restauração em 2012 e depois do terremoto de 2017 no México, eles continuam trabalhando para recuperar o convento.

Ao longo dos anos Villalpando foi o encarregado da renovação e confecção de mais retábulos. Até a década de 1980 chegou sua obra mais importante com Juan Correa: decorar a catedral no México.

Neste recinto, algumas de suas obras foram A Virgem do Apocalipse, A Apoteose de São Miguel ou A igreja militante.

Os historiadores determinaram que Vida de Santo Inácio foi a última obra de Cristóbal de Villalpando. Lá o pintor fez mais de 22 telas (mas não foi determinado se há mais) nas quais representou todos os aspectos mais importantes da vida do santo. Foi uma encomenda do noviciado de Tepotzotlán.

Museus

Atualmente, as obras de Cristóbal de Villalpando estão espalhadas por instituições religiosas e em diversos museus. A Catedral Metropolitana do México apresenta grande parte de sua obra, assim como o museu instalado no antigo templo da Virgem de Guadalupe.

Foi criada uma seção com o nome em homenagem a Villalpando no museu da Basílica de Santa María de Guadalupe, em Tepeyac. Nesta área do museu pôde observar algumas das obras do pintor e apreciar a evolução da sua obra.

Em Tepeyac, ademais, está uma das pinturas mais importantes ou mundialmente conhecidas de Villalpando: a pintura O doce nome de Maria. A obra já foi exposta nos mais importantes museus do mundo, como El Prado, na Espanha; Louvre, na França; e o New York Metropolitan, nos Estados Unidos.

Importância

Hoje, embora ainda esteja rodeado de incógnitas, as obras de Cristóbal de Villalpando são muito apreciadas.

Graças a trabalhos como Moisés e a serpente de bronze e a transfiguração de Jesus, Villalpando conseguiu uma exposição individual no Metropolitan Museum of Art de Nova York em 2017.

Esta exposição, batizada de Cristóbal de Villalpando: pintor barroco mexicano, foi um marco porque aquela pintura de Moisés nunca saiu de Puebla.

O doce nome de Maria É propriedade da Basílica de Guadalupe, mas tem sido uma de suas obras mais exibidas em todo o mundo. Conseguiu fazer parte de exposições nos museus mais importantes da Europa, como El Prado ou o Louvre.

Funciona como A Adoração dos Magos eles fazem parte da herança da Fordham University em Nova York. Mas o normal é ter que visitar diferentes igrejas no México para testemunhar o trabalho de Villalpando.

Controvérsia

Por muito tempo Cristóbal de Villalpando foi atribuída a autoria da pintura El Parian. Esta obra foi alvo de múltiplos estudos e discussões até que no final do século XX se concluiu que o pintor não era o autor.

A declaração veio do Instituto de Pesquisas Estéticas, departamento da UNAM, onde asseguraram que a pintura data da segunda parte do século 18, quando Villalpando já havia morrido.

Referências

  1. Bargellini, C. (1999). Cristóbal de Villalpando na catedral de Puebla.
  2. Leyva-Gutierrez, N., Brown, J., Sullivan, E. e Russo, A. (2012). Poder da pintura: imagens da autoridade eclesiástica na Nova Espanha do século XVII.
  3. Maza, F. (1964). O pintor Cristóbal de Villalpando. México: Inst. Nal. de Antropologia e História.
  4. Villalpando, C. e Gutiérrez Haces, J. (1997). Cristóbal de Villalpando. México.: Institute of Aesthetic Research.
  5. Villalpando, C., Fernández de Calderón, C., Monroy Valentino, C., Ángeles Jiménez, P. e Brown, J. (n.d.). Cristóbal de Villalpando, pintor barroco mexicano.