Proxêmica: o que é e como nos ajuda a entender os espaços - Psicologia - 2023
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Contente
- O que é proxêmica?
- Sistemas de comunicação e alguns tipos
- Comunicação não verbal e a diferença entre proxêmica e cinesia
- Sua importância na comunicação e estudos sociais
A proxêmica é o estudo das relações e da comunicação que nós, seres humanos, estabelecemos pelo espaço e pelas distâncias que colocamos entre nós e em direção às coisas em volta de nós.
A seguir nós veremos o que é proxêmica, o que essa teoria tem contribuído para as ciências da comunicação e como ela se diferencia de outras formas de comunicação não verbal, como a cinestesia.
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O que é proxêmica?
Proxêmica é uma teoria que surgiu na década de 1960 e foi desenvolvido pelo antropólogo americano Edward T. Hall, que estudou como percebemos o espaço em diferentes culturas e como o usamos para estabelecer relações diferentes.
Em outras palavras, proxêmica é o estudo da proximidade, e como a proximidade nos permite comunicar uns com os outros e até mesmo construir relacionamentos e uma visão de mundo particular.
Também conhecida como proxemia, é considerada parte da semiótica (que é o estudo dos signos que usamos para nos comunicar), pois atenta para a maneira como as distâncias físicas estabelecidas em diferentes culturas nos fazem comunicar de diferentes maneiras. e não necessariamente verbalmente.
Em outras palavras, a proxêmica inclui não apenas as habilidades individuais de comunicação, mas também a maneira como as normas sociais e culturais sobre o espaço limitam ou condicionam essas habilidades. É por isso que é considerado um dos ramos mais complexos dos sistemas de comunicação humana.
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Sistemas de comunicação e alguns tipos
Para explicar com mais detalhes em que consiste a proxemia, vamos lembrar que a comunicação humana é um sistema muito complexo. Em termos básicos, consiste em compreender e utilizar um conjunto de signos e símbolos para transmitir certas informações (por exemplo, ideias, sentimentos, opiniões, emoções, estados de espírito, etc.).
Em outras palavras, o processo e a capacidade de se comunicar não se resume a habilidades de linguagem (como ser capaz de falar ou compreender uma língua), mas implica um conjunto muito mais complexo de ações nas quais nosso corpo sempre participa.
O esquema padrão e mais básico de comunicação inclui dois personagens principais: um emissor e um receptor; quem são aqueles que emitem, codificam e recebem uma mensagem.
Esta mensagem pode incluir tanto signos linguísticos, como palavras, frases ou sentenças; como movimentos corporais que também transmitem informações. Por sua vez, esta informação, e como é organizada e transmitida, depende da situação social, geográfica e cultural em que se encontram o emissor e o receptor; assim como suas próprias competências gramaticais, discursivas, estratégicas e sociolinguísticas.
Dois tipos principais de comunicação são geralmente reconhecidos: verbal e não verbal, que não estão realmente separados um do outro, mas se manifestam ao mesmo tempo em todas as relações que estabelecemos com outras pessoas.
Comunicação não verbal e a diferença entre proxêmica e cinesia
A comunicação verbal é aquela que se estabelece a partir de signos e símbolos linguísticos transmitidos por meio da palavra falada. Por sua vez, a comunicação não verbal é aquela que se estabelece por meio de signos não verbais que geralmente transmitir informações sobre caráter, personalidade ou humor.
Esses últimos sinais podem incluir, por exemplo, choro, riso, gritos (que são sinais paralinguísticos); ou podem envolver gestos, sinais ou mimetismo (que são sinais cinestésicos). Ambos os tipos de sinais, paralinguísticos e cinestésicos, constituem elementos da comunicação não verbal básica. Mas existe também um outro tipo de comunicação não verbal que é mais complexa porque envolve os elementos culturais e sociais que definem como usamos o corpo e o espaço, e mesmo o tempo para transmitir informações em diferentes contextos e situações.
Estes últimos são o sistema proxêmico (cujos signos são basicamente os hábitos relativos ao uso do espaço, por exemplo, as distâncias que mantemos entre nós dependendo se estamos em casa com o nosso parceiro, ou no escritório com colegas); e o sistema de crônicas (onde se estuda principalmente a percepção e o uso do tempo em diferentes culturas).
Em outras palavras, a diferença entre proxêmica e cinésica é que a primeira se refere à comunicação não verbal estabelecida por meio das distâncias físicas que colocamos quando interagimos; e cinésica é a comunicação não verbal que se estabelece por meio de movimentos corporais como gestos e também por meio da propriocepção.
Sua importância na comunicação e estudos sociais
Segundo Hall, as distâncias físicas que estabelecemos são determinadas por normas culturais que nos dizem, por exemplo, quais são os limites no espaço público e quais são no espaço privado, ou O que significa a palavra dentro e a palavra fora em termos de móveis ou espaços individuais dentro de casa; espaços que também são influenciados pela idade ou sexo ou pela posição social de cada pessoa.
As normas proxêmicas também são aqueles que reafirmam um conjunto de seres humanos como um "grupo" e não como outras, isto é, delimitam as características que algumas pessoas têm em comum, reforçando a identidade intragrupal e, por vezes, dificultando a identidade intergrupal.
Por isso, tem efeitos importantes na comunicação que estabelecemos tanto com o nosso grupo de pertença como com grupos semelhantes, e permite-nos compreender como construímos uma determinada imagem do mundo, bem como as regras de convivência em diferentes contextos.