As 12 partes do intestino (e suas funções) - Médico - 2023


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Com seus mais de oito metros de comprimento, os intestinos são a região do sistema digestivo localizada entre o estômago e o ânus. Eles consistem em duas partes claramente diferenciadas: o intestino delgado e o intestino grosso. Cada um deles cumpre funções específicas, por isso também é composto por suas próprias estruturas.

Os alimentos digeridos pelo estômago passam para o intestino delgado, onde ocorre a maior parte da absorção dos nutrientes. Por isso são a porção mais longa do intestino, pois quanto maior a superfície de absorção, mais nutrientes passam para o sangue.

Já no intestino grosso, essa absorção não ocorre. Este é especializado na reabsorção de água para compactar os "resíduos" que sobraram dos alimentos e formar fezes, que posteriormente serão expelidas.


Todo esse processo complexo é possível graças à ação conjunta e coordenada de diferentes estruturas que compõem o intestino delgado e grosso. Y No artigo de hoje vamos analisar as funções de cada uma dessas regiões.

Como é a anatomia dos intestinos?

Como já dissemos, os intestinos estão divididos em duas regiões claramente diferenciadas, tanto a nível funcional, estrutural e anatômico. A seguir, veremos por que tanto o intestino delgado quanto o grosso são constituídos.

As 4 partes do intestino delgado

O intestino delgado é uma estrutura alongada entre 6 e 7 metros de comprimento. Localizada no centro do abdômen e ocupando praticamente toda a cavidade abdominal, é a porção do intestino onde ocorre a maior parte da absorção de nutrientes, assim como a digestão de proteínas e carboidratos.


Para aumentar a superfície de absorção, todo o intestino delgado é formado por vilosidades intestinais que permitem o contato direto entre os capilares sanguíneos e os nutrientes, que já se encontram na forma assimilável. As partes em que o intestino delgado é dividido são as seguintes:

1. Duodeno

O duodeno é a parte do intestino delgado que se estende do piloro (a região em forma de funil que conecta o estômago ao intestino delgado) ao jejuno. Tem cerca de 25 centímetros de comprimento e sua principal função é receber sucos digestivos de outras estruturas do corpo para que a digestão dos alimentos continue.

O intestino delgado é a região por onde flui a bile, um fluido produzido no fígado e armazenado na vesícula biliar que ajuda a digerir as gorduras em ácidos graxos simples assimiláveis ​​e sucos pancreáticos, importantes para auxiliar na digestão de carboidratos, proteínas e gorduras.

2. Jejuno

O jejuno é a próxima porção do intestino delgado. Tem cerca de 2,5 metros de comprimento e forma uma estrutura com o íleo que é chamada de jejuno-íleo, uma vez que as funções e a anatomia dessas duas regiões são muito semelhantes.


Com suas paredes circundadas por microvilosidades intestinais, o jejuno é a área onde ocorre grande parte da absorção de nutrientes e, além disso, é onde atuam os sucos digestivos liberados no duodeno, de forma que carboidratos, gorduras e proteínas estão sendo degradados ao máximo para que sejam assimiláveis.

3. íleo

A fronteira entre o jejuno e o íleo não é totalmente clara, portanto, embora difiram na estrutura, geralmente são considerados uma única região. De qualquer forma, o íleo tem mais de 3 metros de comprimento e continua a absorver nutrientes. Quando chegam ao final do íleo, o máximo possível já deve ter sido absorvido.

4. Orifício ileocecal

O orifício ileocecal é a fronteira entre os intestinos delgado e grosso. É a parte do intestino delgado que consiste em uma boca que permite a passagem controlada do alimento (do qual nenhum outro nutriente pode ser absorvido) para o intestino grosso para formar as fezes.

Além disso, esse orifício possui esfíncteres e válvulas que impedem o esvaziamento abrupto do conteúdo e a passagem da matéria fecal para o intestino delgado, respectivamente.

As 8 partes do intestino grosso

O intestino grosso, com 1,5 metros de comprimento, estende-se desde o orifício ileocecal até o ânus. Com sua forma de U invertido, o intestino grosso também se localiza na cavidade abdominal, em frente ao delgado, que o circunda.

A maior parte da flora intestinal encontra-se no intestino grosso, onde milhões de bactérias cumprem funções essenciais para garantir uma boa digestão, que tem a fase final nesta parte do intestino. O intestino grosso é responsável pela absorção de água, garantindo assim que todos os resíduos dos quais os nutrientes não podem mais ser extraídos sejam compactados formando fezes, que serão expelidas pela defecação.

As estruturas que tornam isso possível são as seguintes:

5. Cego

O ceco é a parte do intestino grosso que, com seus 8 centímetros de comprimento, se comunica com o íleo pelo orifício ileocecal. É a região que recebe a matéria sem nutrientes mais assimiláveis ​​para que as porções seguintes do intestino grosso cumpram suas funções.

6. Apêndice

O apêndice é um órgão vestigial, ou seja, não desempenha nenhuma função, mas faz parte do intestino grosso. É de tamanho pequeno e de forma alongada. Quando infectado, leva a uma doença com risco de vida (apendicite) que requer remoção rápida.

  • Recomendamos a leitura: "Como agir antes da apendicite?"

7. Dois pontos ascendentes

O cólon ascendente tem cerca de 15 centímetros de comprimento e se estende do ceco até a flexura hepática. É a parte do intestino grosso que já é responsável por absorver água para compactar os resíduos e, assim, formar as fezes. Como o próprio nome indica, é a região ascendente, ou seja, a parte que sobe daquele U invertido que mencionamos anteriormente.

A flexura hepática é um ponto próximo ao lobo direito do fígado onde o intestino grosso gira para dar origem ao cólon transverso.

8. Cólon transverso

O cólon transverso é a parte horizontal do U invertido que constitui o intestino grosso. Segue-se a absorção de água e a consequente formação de fezes. Estende-se da flexura hepática à flexura esplênica, onde o intestino grosso muda de direção para dar origem ao cólon descendente.

9. Cólon descendente

O cólon descendente é a região que desce do U invertido que constitui o intestino grosso. Ele se estende da flexura esplênica, que está localizada na mesma altura do fígado, mas do lado esquerdo do corpo, até a borda esquerda da pelve. Em seu interior, a absorção de água continua e os resíduos já estão bastante compactados na forma de fezes. No cólon ascendente, as paredes do intestino grosso começam a se estreitar.

10. Cólon sigmóide

O cólon sigmóide já está fora dessa característica em U invertido e é a parte do intestino grosso que fica dentro da pelve, estendendo-se da borda desta até aproximadamente a área central do sacro, ou seja, a parte inferior da coluna.

O cólon sigmóide tem formato semelhante a um "S" e embora a água continue a ser absorvida para formar as fezes, sua principal função já é compactá-las e conduzi-las ao reto. As paredes do cólon sigmóide são musculares, conseguindo assim os movimentos e pressões necessários para que as fezes avancem e se compactem.

11. Reto

O reto tem cerca de 12 centímetros de comprimento e é a região do intestino grosso que, em forma de saco, se estende do cólon sigmóide ao canal anal.Fica na parte posterior da pelve e se comunica com o cólon sigmóide por meio da ampola retal, uma área mais ampla por onde passam as fezes do cólon. A absorção de água não ocorre mais no reto, portanto, não se formam mais fezes.

Sua função, por outro lado, é acumular fezes, pois quando chegam ao fim do sistema digestivo, sentimos a necessidade de defecar. Graças aos movimentos musculares, as fezes passam para o canal anal.

12. Canal anal

O canal anal tem cerca de 4 centímetros de comprimento e é a parte terminal do sistema digestivo. Já está fora da cavidade abdominal e o tecido que o recobre é muito diferente das regiões que vimos anteriormente. Esse ducto carrega fezes e, graças a dois esfíncteres, a defecação pode ser controlada a partir de aproximadamente um ano e meio de idade.

O canal anal se abre para o exterior através do ânus, orifício por onde são liberadas as fezes produzidas pelo intestino grosso.

Referências bibliográficas

  • Instituto Nacional de Saúde. (2008) "O sistema digestivo e seu funcionamento". NIH.
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  • Michel Aceves, R.J., Izeta Gutiérrez, A.C., Torres Alarcón, G., Michel Izeta, A.C.M. (2017) "A microbiota e o microbioma intestinal humano". Medigráfico.