Modelo de redescrição representacional: o que é e o que propõe - Psicologia - 2023


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Modelo de redescrição representacional: o que é e o que propõe - Psicologia
Modelo de redescrição representacional: o que é e o que propõe - Psicologia

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Você conhece o modelo de redescrição representacional?

É um modelo cognitivo criado pela professora e pesquisadora de neurocognição Annette Karmiloff-Smith. Este modelo tenta explicar como nossa mente opera ao obter e transformar conhecimento.

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O que é o modelo de redescrição representacional?

O Modelo de Redescrição Representacional é um modelo proposto pela pesquisadora neurocientista Annette Karmiloff-Smith. É um modelo de desenvolvimento cognitivo, que oferece uma visão em relação aos aspectos cognitivos que se desenvolvem durante a aquisição e desenvolvimento da linguagem humana.

O que o Modelo de Redescrição Representacional promove é o estabelecimento de novos sistemas de relações entre as diferentes representações que temos, a nível mental, da realidade (de nós mesmos, do contexto, das circunstâncias, das relações, dos objetos, etc.).


O modelo também defende a importância de explicitar dois elementos que fazem parte de nossas representações mentais: o objeto ou atitude, por um lado, e o agente de representação, por outro.

Caracteristicas

Em relação às suas características, uma das funções do Modelo de Redescrição Representacional é mudar a visão de mundo da pessoa, bem como as teorias, ideias ou conhecimentos que a pessoa adquiriu do seu entorno.

Através de seu modelo, Karmiloff-Smith desvia-se da tradição estruturalista e opta por uma abordagem onde o elemento chave são as hipóteses; segundo Karmiloff-Smith, as hipóteses são teorias em ação que nos permitem formular, definir (e redefinir) nossa forma de pensar.

Seu modelo dá grande importância ao estágio vital da infância; Especificamente, a teoria sobre a qual o Modelo de a redescrição representacional estabelece que a atividade mental das crianças é individualizada graças ao processo de tornar explícito certas representações implícitas, por meio de diferentes fases em que ocorre uma reorganização interna na mente da criança.


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Bases teóricas

No nível teórico, as bases do Modelo de Redescrição Representacional são: nativismo e construtivismo.

A inatilidade é uma doutrina que afirma que certos tipos de conhecimento são inatos (não adquiridos por experiência ou aprendizado). Por sua vez, o construtivismo é uma tendência pedagógica que sugere que somos nós que construímos o nosso próprio conhecimento, de forma progressiva e ativa.

Por outro lado, o Modelo de Redescrição Representacional também assume a perspectiva do desenvolvimento, sem deixar de lado a parte inata (mais de natureza biológica) de todo ser humano.

Importância da aprendizagem explícita

No Modelo de redescrição representacional, o conceito de “aprendizagem explícita” adquire muita relevância. Este tipo de aprendizagem envolve uma reestruturação do conhecimento que temos em um determinado campo.


Desse modo, o fato de explicitar um conhecimento implícito seria realizado a partir da redescrição desse conhecimento em um novo referencial teórico.

Por outro lado, devemos ter em mente que em qualquer processo de aquisição de conhecimento, seja ele qual for, a cultura nos influencia muito; desta maneira, quando adquirimos novos conhecimentos (ou sistema de representação), fazemos isso por meio de sistemas culturais que nos influenciam.

Redescrição representacional

Para entender melhor como funciona o Modelo de Redescrição Representacional, vamos saber em que consiste este último conceito (redescrição representacional; RR).

A redescrição representacional é uma forma de obter conhecimento através de nossa mente; trata-se deste último explorando, internamente, as informações que já armazenou, por meio de um processo de redescrição das representações mentais. Em outras palavras; trata-se de re-representar (redescrever) as representações que temos das coisas, em diferentes formatos.

Desta maneira, através deste processo, uma representação implícita torna-se conhecimento. Além disso, esse processo também nos permite construir o nosso “self-agente”, um conceito de psicoterapia que consiste na identidade que estamos construindo em nível cognitivo.

Níveis de representação do conhecimento

De acordo com Annette Karmiloff-Smith, podemos encontrar até quatro níveis diferentes por meio dos quais representamos o conhecimento e nos quais o modelo se baseia. Esses níveis são:

1. Nível implícito (1)

É sobre o representações de natureza procedimental que não seriam acessíveis a outras partes do sistema cognitivo. Esses tipos de representações implícitas são interpretados em termos conexionistas.

2. Nível explícito (1)

São as representações que eles se tornam representações simbólicas ("pacotes de informação"), e seriam armazenados em nossa memória de uma forma "compacta". Eles são explícitos e implícitos; explícitos porque estão em nossa memória e implícitos porque não podemos relatá-los.

Ambas as representações e as anteriores (nível implícito, 1), são eficazes em situações onde uma resposta automática, rápida e imediata é necessária.

3. Nível explícito (2)

Ele abrange as informações empacotadas em nosso sistema de representação de uma forma estável e durável. Em outras palavras, são as informações que temos em nossa memória. Essas informações podem ser recuperadas e atualizadas por meio de novas representações.

4. Nível explícito (3)

Finalmente, o nível explícito (3) do modelo de redescrição representacional engloba verdadeiras representações explícitas; ou seja, são aqueles que, além de disponíveis, são acessíveis a outros em um nível explícito (conscientemente).

Tanto estas representações como as anteriores (nível explícito, 2), são aquelas que permitem abordar novas situações, onde a resposta exigida (ou necessária) não é automática, mas sim flexível.

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Processos operacionais e aprendizagem

Vale a pena mencionar dois processos que são desenvolvidos dentro do modelo de redescrição representacional. Esses processos são, na realidade, duas direções complementares que nosso aprendizado toma:

1. Procedimentos

O processo processual é um processo gradual, permitindo que você nossa mente para fazer, a partir do conhecimento existente, um tipo mais automático de conhecimento (e ao mesmo tempo, menos acessível). Um exemplo de aprendizagem que realizamos a partir deste processo é aprender a resolver um cubo de Rubik.

2. Explícito

No segundo processo, o conhecimento se torna cada vez mais acessível à nossa mente; Neste caso, estamos falando de representar explicitamente a informação implícita, no que diz respeito às representações procedimentais. Um exemplo disso seria aprender a tocar piano.