Mindfulness: como ajuda pacientes com câncer - Psicologia - 2023


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Antes do diagnóstico de câncer, sentimentos muito diferentes surgem, como tristeza, medo, raiva, impotência ou injustiça. Quando é conhecido o sofrimento da doença, a maioria das pessoas vem acompanhada de familiares, amigos e pessoas próximas, mais cedo ou mais tarde.

No entanto, eles realmente mostram o que sentem quando falam com eles? Você é invadido pela emoção quando ela bate na sua porta? A resposta na maioria dos casos é 'não'.

Embora seja verdade que algumas pessoas deixam suas emoções fluir, sejam elas tristeza, raiva ou injustiça, na maioria dos casos as pessoas fazem esforços inúteis para se mostrarem bem aos outros. De fato, em muitas ocasiões, eles podem experimentar o que é conhecido como Transtorno de Evitação Experiencial, manifestada pela evitação de tudo relacionado à doença. Essa evitação reflete uma falta de aceitação da doença.


Todos esses esforços para colocar o desconforto de lado são em vão, a pessoa acaba vendo uma espiral de pensamentos que são evitados com as atividades diárias e que, além de promover um bom humor, a intensidade do desconforto aumenta. Dessa forma, tanto o bem-estar quanto a qualidade de vida da pessoa são afetados.

O que é Mindfulness e como ela ajuda os pacientes com câncer?

A partir da psicologia esses aspectos são trabalhados por meio de diferentes técnicas e terapias. Nos últimos anos, Mindfulness provou ser eficaz no tratamento de alguns problemas relevantes durante o câncer:

  • Facilita a modulação da dor
  • Melhora a qualidade do sono
  • Reduza o estresse e a ansiedade
  • Melhore a satisfação pessoal
  • Melhora a qualidade de vida

Mindfulness é uma prática da meditação budista tibetana e, atualmente, está enquadrado na Terapia de Aceitação e Compromisso. Seu objetivo é estar atento a todas as sensações físicas e psicológicas que nosso corpo nos envia. Porém, o propósito da Atenção Plena não é eliminar a dor ou os pensamentos ou emoções que nos causam desconforto, mas ouvir o que eles têm a dizer sem julgá-los, dando-lhes a atenção de que precisam.


Isso ocorre porque nosso corpo nos fala constantemente, cada dor, pensamento, emoção ou dor que temos é uma mensagem do nosso corpo. Quando, dia após dia, insistimos em não ouvi-lo, ele nos espreita quando menos o esperamos e com maior intensidade, pois não estamos a ouvir o que nos tem a dizer. A plena atenção facilita a aceitação, compreensão e regulação dessas emoções, pensamentos ou sensações físicas.

Pilares básicos desta filosofia terapêutica

Existem vários tipos de atenção plena e uma infinidade de atividades para colocar a atenção plena em prática, mas Deve-se levar em consideração que o mais importante é a atitude tomada ao realizar estes exercícios..

Shapiro e Carlson apontaram sete fatores a serem considerados para a prática:

  • Não julgar: tome consciência de todas as experiências, tanto internas quanto externas, sem limitá-las.
  • Ser paciente: estar aberto para descobrir o que o nosso corpo tem para nos mostrar sem ter que pressioná-lo.
  • Ter confiança: confiar nas informações que nossos sentidos nos dão sem a intenção de nos machucar.
  • Não lute: não tente evitar emoções, pensamentos ou sensações físicas.
  • Deixar ir: todos os pensamentos e emoções vêm e vão. Às vezes, temos a necessidade de permanecer em um estado de bem-estar. Porém, Mindfulness visa estar atento a cada momento, tendo plena consciência do que está acontecendo, bem como das mudanças que ocorrem.
  • Mentalidade de iniciante: Se quisermos realizar exercícios de Mindfulness adequadamente, devemos nos colocar em uma posição de inexperiente, semelhante à de um bebê. Os bebês vão descobrindo o seu mundo aos poucos, olham e ouvem com atenção, sentem, sugam e até cheiram. Mindfulness visa colocá-lo em uma posição semelhante, onde sua inexperiência permite que você perceba cada experiência com todos os seus sentidos antes de categorizá-la.

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