Karwinskia humboldtiana: características, habitat, usos - Ciência - 2023


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Karwinskia humboldtiana: características, habitat, usos - Ciência
Karwinskia humboldtiana: características, habitat, usos - Ciência

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Karwinskia humboldtiana é uma espécie de planta cujo nome comum é coyotillo. É uma planta que pertence à família Rhamnaceae e está amplamente distribuída pela parte central e norte do México até se espalhar pelo sul do Texas, Estados Unidos.

É um arbusto silvestre bem conhecido por sua alta toxicidade, que tem causado graves danos a animais e humanos. Isso se deve ao fato de seu princípio ativo exercer seus efeitos tóxicos no sistema nervoso. Deve-se notar que é uma espécie muito abundante e que se desenvolve facilmente em áreas perturbadas.

Caracteristicas

- Descrição botânica

Hábito

o Karwinskia humboldtiana (Roemer & Schultes) Zucc., É uma planta arbustiva que pode atingir entre 1,5 e 6 metros de altura, sendo um arbusto desprovido de pubescência.


Córtex

Caracteriza-se por ser fissurada e apresentar coloração cinza escuro em algumas áreas e cinza claro em outras.

Folhas

Esta planta possui folhas simples, com pecíolo de 2 a 10mm, podendo ser oblongo a elíptico-oblongo ou elíptico-oval. Tem uma base arredondada ou truncada a aguda e suas margens são inteiras ou fracamente vincadas. Seu ápice é arredondado ou truncado a agudo. Possui superfície glabra, pouco puberulenta ao longo das veias.

flores

São pequenos e sua corola é de cor amarela a esverdeada clara. Suas inflorescências contêm de 1 a 3 flores.

Fruta

Por seu turno, o fruto é do tipo drupa e a sua cor varia entre o roxo, o preto ou o castanho doce. Eles têm forma globosa e medem aproximadamente 9 a 13 mm. Nele está sua semente, que é altamente tóxica.

- Descrição taxonômica

A planta Karwinskia humboldtiana (Roemer & Schultes) Zucc., Comumente conhecido como coyotillo, capulín, tullidor, cacachila, chanchanote, coyotillo de Texas, apresenta a seguinte descrição:


Reino: Plantae.

Filo: Tracheophyta.

Classe: Magnoliopsida.

Pedido: Rosales.

Família: Rhamnaceae.

Gênero: Karwinskia.

Espécies: Karwinskia humboldtiana (Roemer & Schultes) Zucc.

Habitat e distribuição

Esta espécie cresce facilmente em cumes e encostas de calcário, margens de estradas, matas, em solos argilosos arenosos e em areia profunda. Agora, em termos de distribuição, esta planta é reportada no México e nos Estados Unidos.

No México, você pode encontrá-lo em Aguascalientes, Baja California Norte, Baja California Sur, Campeche, Chiapas, Chihuahua, Coahuila, Colima, Durango, Guanajuato, Guerrero, Hidalgo, Jalisco, Cidade do México, Michoacán, Morelos, Nayarit, Nuevo León, Oaxaca, Puebla, Querétaro, Quintana Roo, San Luis Potosí, Sinaloa, Sonora, Tamaulipas, Veracruz, Yucatán e Zacatecas.


Já nos Estados Unidos, pode ser relatado no Norte do Texas e nas Ilhas Revillagigedos, um arquipélago localizado na Baixa Califórnia.

Formulários

Embora seja verdade que esta espécie seja classificada como altamente tóxica, há relatos que indicam o consumo da polpa por pessoas, argumentando o mesmo, a presença de toxinas apenas nas sementes.

Na verdade, o uso da infusão obtida da raiz dessa planta está documentado como um antídoto contra o envenenamento pela ingestão da semente. Da mesma forma, o uso da infusão das folhas é utilizado para lavar feridas.

Também é conhecido o uso da tintura de suas folhas como anticonvulsivante contra o tétano.

Essa planta também tem sido usada no tratamento da raiva, pois tem atividade antiespasmódica e no México a casca é usada como laxante. Agora, o método mais comum de uso dessa espécie é por meio de infusões das folhas, raízes e partes aéreas da planta.

As folhas e raízes também são utilizadas no tratamento de nevralgias, febre baixa e dor de dente, assim como a parte aérea é utilizada no tratamento de epilépticos. Apesar de sua utilidade como planta medicinal, é importante usar esta espécie com cautela.

Envenenamento

Identificação de compostos tóxicos

Em relação à intoxicação pelo consumo da fruta, diferentes pesquisadores relataram a obtenção de quatro toxinas (antracenonas) isoladas e tipificadas do endocarpo da fruta, que se mostraram as principais responsáveis ​​pela toxicidade.

Essas antracenonas são: T-496, T-514, T-516 e T-544 (nome dado de acordo com seu peso molecular). Deve-se notar que duas dessas toxinas também foram identificadas nas raízes. Da mesma forma, foi documentado que a quantidade de toxinas é maior na fruta verde do que na fruta madura.

Da mesma forma, vale ressaltar que essas antracenonas se dissolvem facilmente na saliva, pois se ligam à albumina do sangue e são liberadas gradativamente.

Edição de efeitos

Os estudos realizados especificam a associação dessas antracenonas aos efeitos, a saber: T-496 à diarreia; T-514 para lesões de pulmão, fígado e miocárdio; T-516 até agora não relatou sua atividade específica; T-544 (tulidinol) a efeitos neurológicos, envolvimento de axônios motores e desmielinização de células de Schwann.

No entanto, como o processo de liberação da toxina é gradual, um efeito cumulativo é criado, portanto, a paralisia aparece semanas ou meses após a fruta ser comida.

Essas toxinas afetam as fibras periféricas dos neurônios motores e têm ação direta sobre as células de Schwann ou neurolemócitos. Essas células têm a função de manter a condução do impulso nervoso, além de isolar e proteger o axônio.

Portanto, a intoxicação por esses frutos se apresenta como uma paralisia motora afebril ascendente, progressiva e simétrica, atingindo os músculos intercostais, podendo posteriormente causar a morte.

Sintomas de intoxicação

O quadro clínico é frequentemente confundido com a síndrome de Guillain-Barré e com lesões do corno anterior da medula espinhal, como a poliomielite.

No entanto, os sintomas aparecem entre 5 a 28 dias após a ingestão da fruta. Começa com um mal-estar geral, seguido de paralisia dos membros inferiores e superiores, até ocorrer paralisia bulbar, que pode causar a morte. Existem casos em que ocorrem dispneia, disartria e disfagia por ação sobre o bulbo e os músculos respiratórios.

Porém, se a pessoa afetada sobreviver, sua recuperação ocorre de forma gradativa e espontânea, desaparecendo primeiro a paralisia até que seja obtida a recuperação final, que pode durar até um ano.

Referências

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