Antropofobia: sintomas, consequências e tratamento - Ciência - 2023
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Contente
- Características da antropofobia
- Consequências
- Sintomas
- Plano físico
- Plano cognitivo
- Plano comportamental
- Diferenças entre antropofobia, transtorno de ansiedade social e timidez
- Timidez
- Transtorno de ansiedade social
- Tratamento
- Referências
o antropofobiaou antrofobia é um transtorno de ansiedade caracterizado por sentir medo excessivo, irracional e incontrolável de relacionamentos interpessoais e da companhia humana.
Pessoas com esse transtorno experimentam fortes sentimentos de medo quando estão em contato com outras pessoas. Da mesma forma, o fato de interagir com outros indivíduos causa neles uma resposta marcante de ansiedade e desconforto.
É um distúrbio psicológico sério, especialmente prevalente na China e no Japão. Como principal consequência da doença, há um notável isolamento do sujeito em relação às outras pessoas.
Esse fato é explicado pelo desconforto causado pelo contato com outras pessoas. Pessoas com antropofobia geralmente optam por evitar todo contato humano para não experimentar sentimentos de ansiedade e medo.
Atualmente, esse tipo de fobia é uma psicopatologia bem estudada e definida. Da mesma forma, foram desenvolvidas intervenções que podem ser eficazes para o seu tratamento.
Características da antropofobia
O termo antropofobia vem do grego e significa literalmente "medo das pessoas". Esse transtorno também é conhecido como fobia social ou fobia de relacionamentos interpessoais.
A principal característica que permite definir essa psicopatologia é a presença de um medo fóbico de pessoas ou de companhia humana. Em termos de diagnóstico, a antropofobia é um subtipo de fobia social, portanto os dois transtornos não são exatamente idênticos, embora sejam muito semelhantes.
Pessoas com esse transtorno experimentam medo fóbico e, como consequência, uma resposta acentuada de ansiedade sempre que estão em contato com outras pessoas.
Da mesma forma, essas sensações podem aparecer mesmo quando o indivíduo está relativamente próximo de outra pessoa, mesmo que não esteja interagindo ou se comunicando com ela.
A antropofobia é um distúrbio psicológico que pode se desenvolver em pessoas de qualquer idade, sexo e cultura. Porém, na China e no Japão conota-se maior prevalência do transtorno, que, em sua cultura, é catalogado por meio da doença conhecida como Taijin kyofusho.
Consequências
A evitação é a consequência mais comum de todos os tipos de fobia, uma vez que todas causam desconforto quando a pessoa é exposta aos seus elementos temidos.
No entanto, todas as fobias diferem em gravidade, dependendo das características do estímulo temido. Distúrbios como fobia de aranha, fobia de sangue ou fobia de altura, apesar de compartilharem múltiplas características com a antropofobia, resultam em psicopatologias muito menos graves devido à diferença entre os elementos temidos.
Obviamente, evitar o contato com aranhas ou sangue não é o mesmo que evitar o contato com pessoas. Nos primeiros transtornos, o comportamento de evitação costuma ser relativamente simples e, na maioria dos casos, costuma ter pouco efeito no funcionamento e na vida da pessoa.
No caso da antropofobia, a importância do elemento temido faz com que o medo fóbico mude completamente e prejudica gravemente a vida do indivíduo. Pessoas com antropofobia são sujeitos que vivem trancados em casa, praticamente não se comunicam com outras pessoas e evitam qualquer atividade que envolva contato com outra pessoa.
Assim, a antropofobia é um transtorno de ansiedade grave que leva a pessoa a um isolamento acentuado e limita muito a vida do indivíduo.
Sintomas
As manifestações mais comuns da antropofobia são geralmente rubor, ausência de contato visual ou sensação de desconforto quando a pessoa é exposta a situações sociais ou contato com outras pessoas.
Mas os sintomas desse transtorno vão muito além e, na literatura atual, há uma delimitação ótima de cada uma das manifestações que ele pode causar.
Nesse sentido, defende-se atualmente que os sintomas da antropofobia se caracterizam por serem manifestações de ansiedade e afetam tanto o plano físico como o cognitivo e comportamental do indivíduo.
Plano físico
Os sintomas referentes ao plano físico da pessoa referem-se a um conjunto de alterações e manifestações corporais que o indivíduo experimenta sempre que entra em contato com seu estímulo temido.
Esses sintomas podem variar muito em cada caso, mas todos são motivados pelo mesmo fator: o aumento da atividade do sistema nervoso central.
Sempre que um indivíduo com antropofobia é exposto ao contato com outras pessoas, ele apresenta qualquer um dos seguintes sintomas:
- Aumento da frequência cardíaca.
- Frequência respiratória aumentada.
- Palpitações, taquicardia ou sensação de sufocação.
- Aumento da sudorese corporal e / ou suores frios.
- Tensão muscular.
- Dores de cabeça e / ou dores de estômago.
- Vômito, náusea, formigamento ou tontura.
- Sensação de irrealidade.
- Dilatação pupilar.
- Boca seca
Plano cognitivo
Os sintomas referentes ao plano cognitivo abrangem todos os pensamentos que o sujeito com antropofobia desenvolve a respeito de seus medos. Esses pensamentos são caracterizados por serem irracionais e incontroláveis, razão pela qual eles aparecem na mente do indivíduo automaticamente.
Da mesma forma, também se caracterizam por serem muito intensos e potencializarem os atributos e consequências negativas associadas ao contato com outras pessoas.
Esses sintomas são retroalimentados com manifestações físicas, causando um aumento progressivo e incontrolável do nervosismo e sentimentos de medo e ansiedade.
Plano comportamental
Finalmente, no plano comportamental, existem dois comportamentos principais causados pelo medo fóbico: evitação e fuga.
A evitação é o comportamento que motiva o paciente a rejeitar qualquer tipo de contato com outras pessoas e, portanto, desenvolver um isolamento acentuado.
Já a fuga é o comportamento que surge quando o indivíduo não consegue evitar o contato com outras pessoas, e é caracterizado por comportamentos rápidos e abruptos que permitem que a pessoa escape da situação.
Diferenças entre antropofobia, transtorno de ansiedade social e timidez
Antropofobia, transtorno de ansiedade social e timidez são conceitos que apresentam certas semelhanças, mas são notavelmente diferentes.
Em primeiro lugar, deve-se notar que, ao contrário da antropofobia e do transtorno de ansiedade social, a timidez é uma condição psicológica normal que não se refere a nenhuma patologia.
Timidez
A timidez pode ser diferenciada de ambos os transtornos por:
- A timidez pode aparecer cedo na vida e depois desaparecer, por isso nem sempre é uma condição crônica como os transtornos fóbicos.
- A evitação são comportamentos que geralmente aparecem pouco ou muito leves na timidez e que, além disso, costumam ser superados aos poucos.
- A timidez não afeta a vida social, profissional e interpessoal do indivíduo, que pode ser relacionada de forma mais ou menos satisfatória, embora exija alguns esforços para tal.
Transtorno de ansiedade social
Por sua vez, a diferenciação entre antropofobia e transtorno de ansiedade social é mais complexa. Na verdade, os dois transtornos não são iguais nem diferentes.
Especificamente, a antropofobia é um subtipo sério de transtorno de ansiedade social. Assim, embora todos os casos de antropofobia possam ser considerados como transtornos de ansiedade social, nem todos os transtornos de ansiedade social fazem parte da antropofobia.
Na verdade, a maioria dos casos de transtorno de ansiedade social é menos grave do que a antropofobia. Normalmente, o transtorno de ansiedade social envolve a experiência de medo fóbico em situações sociais ou performances em público, mas geralmente não abrange todos os tipos de contato pessoal, como antropofobia.
Tratamento
O tratamento da antropofobia apresenta grandes obstáculos devido às características do próprio transtorno. O indivíduo com este tipo de fobia teme todos os tipos de contato pessoal, por isso também temerá o contato com profissionais médicos.
Devido à dificuldade de estabelecer uma relação próxima e de confiança entre terapeuta e paciente, o tratamento que se mostra mais eficaz é a combinação de medicamentos e psicoterapia.
O tratamento farmacológico geralmente é baseado em drogas ansiolíticas e geralmente é a primeira parte da intervenção. Por meio das drogas, busca-se diminuir a ansiedade do sujeito e, assim, proporcionar maior capacidade de iniciar contatos pessoais.
No entanto, o tratamento farmacológico por si só não se mostrou uma intervenção que permita a erradicação da antropofobia. Por esse motivo, a psicoterapia é postulada como a segunda parte do tratamento.
Nesse caso, o tratamento cognitivo-comportamental costuma ser eficaz, o que fornece ferramentas para que o sujeito aprenda, aos poucos, a se expor ao contato pessoal e a controlar os sentimentos de ansiedade que esse tipo de situação provoca.
Referências
- Barlow D. e Nathan, P. (2010) The Oxford Handbook of Clinical Psychology. Imprensa da Universidade de Oxford.
- Caballo, V. (2011) Manual de psicopatologia e transtornos psicológicos. Madrid: Ed. Piramide.
- DSM-IV-TR Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (2002). Barcelona: Masson.
- Obiols, J. (Ed.) (2008). Manual de Psicopatologia Geral. Madrid: Nova Biblioteca.
- Sadock, B. (2010) Manual de bolso Kaplan & Sadock de psiquiatria clínica. (5ª Ed.) Barcelona: Wolters Kluwer.
- Spitzer, R.L., Gibbon, M., Skodol, A.E., Williams, J.B.W., First, M.B. (mil novecentos e noventa e seis). DSM-IV Casebook. Barcelona: Masson.