História da Fotografia: Eventos e Inventores em Destaque - Ciência - 2023
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Contente
- Materiais fotossensíveis
- Johann Heinrich Schulze
- Thomas wedgwood
- Hercules Florence
- William Henry Fox Talbot
- John herschel
- As primeiras fotos
- Evolução das técnicas fotográficas
- O daguerreótipo
- O calótipo
- O estereoscópio e estereografia
- Colódio úmido
- Prato seco
- Câmera Kodak
- Século XX
- Pictorialismo
- Secessão de fotos
- A Nova Visão
- Fotografia colorida
- Fotografia digital
- Referências
o História da fotografia pode ser transportado para os primeiros antecedentes das câmeras. A fotografia é um processo pelo qual as imagens são capturadas pela luz. Foi assim que a camera obscura, uma das invenções mais reconhecidas da história da captação de imagens, foi capaz de refletir essa ideia de forma simples, mas vital para o desenvolvimento da fotografia.
A camera obscura recria um espaço quadrado, fechado, cuja única entrada de luz é um pequeno orifício que projeta a imagem exterior mas de forma invertida. Este princípio teve seu início na Idade Antiga.
Uma das descobertas mais marcantes foi a de Aristóteles, que descobriu que, ao deixar a luz do sol passar por um pequeno orifício, era possível ver sua imagem refletida no solo de forma inversa. Este recurso foi implementado como uma forma de observar eclipses indiretamente.
A partir de 1035, o cientista egípcio Ibn al-Haitham (965-1039) acompanhou as descobertas de Aristóteles e, por meio de vários experimentos com a luz, concluiu que ela viajava em linha reta. Suas obras foram publicadas em seu livro Kitab al-Manazir, que mais tarde se espalhou por toda a Europa.
Esse conceito chegaria a Leonardo da Vinci (1452-1519) durante o Renascimento. Ele deduziu que a imagem de um objeto iluminado é capaz de passar por um orifício redondo para uma câmara ou sala muito escura, permitindo que seja vista do outro lado, de forma reduzida e de cabeça para baixo, devido ao cruzamento dos raios do luz.
Posteriormente, seria Giovanni Battista della Porta (1535-1615) que se concentraria neste dispositivo e faria uma explicação detalhada de como é feita a montagem de uma câmera obscura, dentro de sua obra. Magiae Naturalis, em 1558.
Além disso, della Porta realizou uma variedade de manipulações de imagens através do uso de lentes e cristais, com os quais conseguiu projetar a imagem à direita. Também ajudou a impulsionar a ideia de usar esse sistema como recurso para representações artísticas.
Materiais fotossensíveis
A câmera obscura também alimentou novas pesquisas científicas sobre imagens mecânicas. A partir do século 18, começaram a ser feitas descobertas sobre os materiais fotossensíveis, ou seja, aqueles que reagem à luz.
Johann Heinrich Schulze
Em 1727, o professor de anatomia nascido na Alemanha, Johann Heinrich Schulze (1687-1744), fez uma descoberta com um material fotossensível que seria de grande utilidade para a posteridade, os sais de prata.
Ele conseguiu verificar que o escurecimento destes era consequência da exposição à luz e não ao calor, como se pensava até então. Esse achado nos permitiu dar um novo passo na direção da imagem, junto com o sistema de câmera obscura.
Thomas wedgwood
A incursão em materiais fotossensíveis levaria mais tarde Thomas Wedgwood (1771-1805), em 1802, a fazer uma das primeiras tentativas de registro de imagem utilizando nitrato de prata em papel e couro. Graças a isso, ele foi capaz de capturar algumas silhuetas e formas, embora não pudesse encontrar uma maneira de torná-las permanentes.
Hercules Florence
Entre outros personagens, destaca-se o francês Hércules Florence (1804-1879), cuja obra só foi redescoberta em 1973, apesar de datar de 1833. Foi um dos primeiros a cunhar o termo "fotografia", após suas pesquisas do Brasil com papel sensibilizado e sais de prata, graças aos quais fez várias estampas.
William Henry Fox Talbot
Entre outras contribuições está também um dos primeiros processos fotográficos, idealizado em 1835 por William Henry Fox Talbot (1800-1877), um cientista da Universidade de Cambridge.
Ele criou uma espécie de papel fotossensível mergulhando-o em sal comum e nitrato de prata. Ao expor o papel à luz, ele conseguiu obter o que teoricamente chamamos de negativo, uma impressão onde os valores do tom e do espaço se invertem.
Da aquisição do negativo, deduziu que um número indefinido de positivos poderia ser obtido simplesmente colocando o material de volta em contato com outro papel sensibilizado.
John herschel
O processo não era adequado até 1839, quando o astrônomo John Herschel (1792-1871) sugeriu adicionar tiossulfato de sódio aos negativos, adicionando também um tipo de cera antes da impressão. Isso significou uma melhora notável no resultado.
As primeiras fotos
Na década de 1820, Joseph Nicéphore Niépce (1765-1833), inventor francês, introduziu uma nova técnica que chamou de “heliografia” e com a qual obteve a fotografia mais antiga conhecida até hoje. Depois de várias tentativas sem sucesso de usar sais de prata, Niépce se concentrou em trabalhar com materiais fotossensíveis de origem orgânica.
Assim, passou a usar uma folha de estanho polido, sobre a qual aplicou betume, alcatrão natural e alfazema, como substância fotossensível. Após um longo tempo de exposição, o inventor conseguiu obter a famosa imagem que teria o nome de “Vista da janela do Le Gras” entre os anos 1826 e 1827.
Posteriormente, em associação com Louis Daguerre, a Niepce fez um refinamento do betume e algumas modificações foram planejadas no processo de pós-exposição, o que melhorou significativamente a qualidade da imagem e reduziu o tempo de exposição à câmera.
Evolução das técnicas fotográficas
O daguerreótipo
Louis-Jacques-Mandé Daguerre (1787-1851) foi um pintor teatral cuja invenção revolucionou e impulsionou a evolução da fotografia. Seu trabalho teve como foco a produção de uma técnica que reduzisse o tempo de exposição para a obtenção de uma imagem.
Em 1835, um de seus primeiros passos foi levar o processo para 30 minutos por meio da utilização de uma folha de flandres iodada e vapor de mercúrio. Porém, quando a imagem final era confrontada com a luz, ela não era permanente, pois acabava escurecendo completamente nas partes que não haviam sido afetadas pela luz.
Mais tarde, em 1837, conseguiu resolver o problema usando uma solução de sal comum para limpar as áreas não expostas, obtendo assim uma imagem permanente. Nessa mesma época produziu uma fotografia sobre uma folha de cobre prateada que causou admiração pelo seu detalhe.
Em 1839 esse processo seria oficialmente disseminado como um “daguerreótipo”, um novo procedimento fotográfico. No mesmo ano, Daguerre foi contratado para escrever uma brochura intitulada Um relato histórico e descritivo dos vários processos do daguerreótipo e do diorama, para a explicação da técnica.
O calótipo
No ano de 1840, William Henry Fox Talbot introduziu uma nova técnica que chamou de "calótipo". Desta vez, ele se concentrou na produção de imagens em papel, em oposição ao daguerreótipo que usava a chapa metálica como base.
Implementou ácido gálico para seu experimento, com o qual conseguiu aumentar a sensibilidade do papel previamente preparado e, além disso, conseguiu reduzir efetivamente o tempo de exposição de uma hora para um minuto.
Desta forma, a invenção significou um avanço na técnica do daguerreótipo. Por um lado, permitiu um menor tempo de exposição e, por outro, possibilitou a cópia do negativo obtido no papel, vantagem que o daguerreótipo não poderia conceder.
O estereoscópio e estereografia
Foi um projeto descrito por Charles Wheatstone (1802-1875) em 1832 e aprimorado por David Brewster (1781-1868) em 1849. É um processo que permite recriar uma sensação de tridimensionalidade. As fotografias estereoscópicas foram muito populares na América do Norte e na Europa durante a segunda metade do século XIX e até a virada do século XX.
A obtenção de uma imagem estereográfica exige a obtenção de duas imagens da mesma objetiva por meio de uma câmera com duas lentes separadas uma da outra. Cada lente resgataria uma perspectiva diferente do assunto, simulando assim o processo da visão humana. As fotos seriam colocadas lado a lado e poderiam ser vistas em um estereoscópio.
O estereoscópio consistia em um dispositivo com duas lentes por meio das quais seriam vistas as duas imagens, uma para cada visualizador. É assim que a tridimensionalidade foi gerada.
Colódio úmido
Em 1851 Frederick Scott Archer (1813-1857) deu vida ao processo de colódio úmido, que possibilitou a confecção de negativos em vidro e facilitou o processo de impressão em papel. Esse processo também encurtou muito mais o tempo de exposição e se tornou muito popular por aproximadamente 30 anos após sua publicação.
No entanto, o colódio úmido envolvia alguma complexidade, pois o fotógrafo tinha que umedecer a placa antes de expô-la à luz e processá-la logo depois, enquanto ainda estava molhada.
Prato seco
Uma vez que a técnica do colódio úmido exigia o transporte de uma sala escura portátil para processar a imagem imediatamente, a placa seca seria a solução para esta desvantagem.
Dessa forma, em 1871, o médico inglês Richard Leach Maddox (1816-1902), levantou a ideia de adicionar brometo de prata em uma emulsão de gelatina, o que permitiria a produção de placas revestidas com esse novo material em 1878 .
Esses tipos de placas novas eram sessenta vezes mais sensíveis do que as de colódio. Isso trouxe uma nova diminuição no tempo de exposição, mas também significou um grande passo para o desenvolvimento da fotografia moderna.
Até o momento, o processo de tirar fotos envolvia uma grande câmera obscura, apoiada em um tripé. Graças à introdução da placa seca, o tripé seria um instrumento levado para segundo plano e, por sua vez, câmeras menores passaram a ser fabricadas, com custos relativamente baixos e com capacidade de capturar imagens instantaneamente.
Câmera Kodak
Em 1888, o empresário americano George Eastman (1854-1932), apresentou a câmera mais popular da época, a Kodak, que continha um filme com capacidade para cem fotos.
A fotografia, portanto, cresceu rapidamente entre os fãs. Com o slogan "aperte o botão, nós faremos o resto", a câmera Kodak poderia ser levada para a empresa para impressão de fotos e devolvida ao proprietário com um novo rolo.
Século XX
A câmera Kodak permitia que qualquer pessoa fotografasse sem conhecimento técnico, o que até então era indispensável. Isso criou aborrecimento dentro de um grupo de fotógrafos que defendia o estilo e a técnica como formas de fazer uma verdadeira fotografia profissional e artística.
No processo de transição do século XIX para o século XX, uma visão da fotografia como fato artístico começou a ser gerada. Vários movimentos da época ajudaram a dar essa nova perspectiva à arte fotográfica.
Pictorialismo
É um movimento de vanguarda que se estende desde o final do século 19 até o final da Primeira Guerra Mundial. Parte do objetivo dos fotógrafos deste estilo era intervir na imagem ou fotografia de forma que seu resultado não fosse apenas uma imagem gravada da realidade.
Secessão de fotos
É um coletivo fundado em 1902 por Alfred Stieglitz (1864-1946), fotógrafo americano. Nos seus primeiros anos situou-se como um movimento de defesa do pictorialismo, mas posteriormente defenderam a ideia de se valer apenas dos meios oferecidos pela câmara, passando a apostar no que denominaram “fotografia direta”. Desse modo, ocorre a transição do pictorialismo para a fotografia moderna.
A Nova Visão
Outro movimento que surge a partir da década de 1920. Isso define a fotografia como uma prática que possui leis de composição e iluminação. Neste tipo de fotografia, foram realizados experimentos com enquadramentos, pontos de vista, jogo de luz e sombra e muito mais. A maioria dos membros veio da escola alemã de artes Staatliches Bauhaus ou seguiu suas diretrizes.
Fotografia colorida
Entre os primeiros processos da fotografia a cores está a chapa autocromática, introduzida na França em 1907 por Auguste e Louis Lumière, foi o primeiro processo prático da fotografia a cores. Apesar disso, o resultado final foi apenas uma transparência colorida que teve que ser vista na luz refletida.
Mais tarde, em 1935, Leopold Godowsky Jr e Leopold Mannes, dois trabalhadores da Kodak Research Laboratories, conceberam o filme “kodachrome”, que deu origem à moderna fotografia a cores. Mais tarde, em 1942, a Kodak desenvolveu o filme negativo-positivo "kodacolor", que se tornou o mais popular entre os fãs.
Fotografia digital
Em 1957, Russell A. Kirsch (1929) conseguiu desenvolver o primeiro scanner de imagem digital. Um de seus primeiros experimentos foi a fotografia de seu filho Walden, com resolução de 176 × 176 em preto e branco e sem cinzas intermediários.
Em 1969, o componente de captura de imagem para uma primeira geração de câmeras digitais, o dispositivo acoplado de carga (CCD), foi projetado. Este foi desenvolvido pelo canadense Willard Boyle e pelo americano George E. Smith.
Anos depois, o físico e engenheiro Michael Francis Tompsett (1939), chegou à conclusão de que o CCD poderia ser usado como sensor de imagem. Atualmente ele foi substituído pelo sensor de pixel ativo, usado principalmente em câmeras de dispositivos móveis.
Foi assim que a fotografia deu um dos passos mais importantes da atualidade, passando dos sistemas analógicos, que incluíam procedimentos químicos, aos sistemas de tecnologia digital. No entanto, este último não se popularizou até o início do novo milênio, desenvolvendo suas possibilidades graças aos avanços tecnológicos da era atual.
Referências
- Watson S (2020). Camera Obscura: Ancestral of Modern Photography. Enciclopédia. Encyclopedia.com recuperado
- História da fotografia. Wikipédia, a enciclopédia livre. Recuperado de en.wikipedia.org.
- Daguerreótipo. Wikipédia, a enciclopédia livre. Recuperado de en.wikipedia.org.
- Nova objetividade. Wikipédia, a enciclopédia livre. Recuperado de en.wikipedia.org.
- Pictorialismo. Wikipédia, a enciclopédia livre. Recuperado de en.wikipedia.org.
- Rosenblum N, Newhall B (2019). História da fotografia. Encyclopædia Britannica. Recuperado da britannica.com
- Os editores da Encyclopaedia Britannica (2020). Calotype. Encyclopædia Britannica. Recuperado da britannica.com
- Colorado O. The Secession Photo. Panameric da universidade. Relatórios fotográficos. Issuu.com recuperado