Idade Média tardia: história, características, arte - Ciência - 2023


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Idade Média tardia: história, características, arte - Ciência
Idade Média tardia: história, características, arte - Ciência

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o Meia idade é um período da história que vai do século XI ao século XV, embora existam pequenas diferenças de opinião entre os historiadores sobre as datas exatas. Esta é a segunda metade da divisão tradicional do período medieval, cujos primeiros séculos são chamados de Alta Idade Média.

Nos últimos anos, a maioria das correntes historiográficas, por sua vez, dividiu essa Idade Média tardia em duas partes. Uma primeira parte é chamada de Plena, que duraria até o século XIII; e uma segunda parte da crise e do colapso é aquela que incluiria até o século XIV.

A tomada de Bizâncio do Império Otomano em 1453 tem sido tradicionalmente considerada o fim deste período. Ao contrário da crença comum de que a Idade Média foi um período sombrio com pouca relevância cultural e social, os primeiros séculos da Baja testemunharam inúmeras mudanças que começariam a definir a Idade Moderna.


O surgimento da burguesia, o assentamento das fronteiras e o poder dos reis ou o surgimento do românico e do gótico são alguns desses eventos relevantes.

Resumo histórico

No final da chamada Alta Idade Média, a Europa e os países vizinhos encontram-se com uma estrutura que já não se assemelha à do antigo Império Romano.

O feudalismo apareceu, a Igreja aumentou seu poder atingindo até os reis, e as guerras são constantes. Enquanto isso, grande parte da Península Ibérica permanece nas mãos dos muçulmanos, e os persas e os otomanos cercam as fronteiras do Império Bizantino.

Por fim, o ano 1000 traz consigo a aparência do medo do fim do mundo: o chamado milenarismo.

Idade Média Completa

Os primeiros séculos do final da Idade Média receberam o nome de Plena, dado o crescimento ocorrido em muitas matérias e a consolidação dos diversos Estados europeus.


Muitos dos eventos que ocorreram nessa época são o germe da Europa moderna. Mesmo assim, não devemos perder de vista a existência de uma numerosa classe camponesa que ainda vivia sob o feudalismo em uma semiescravidão que os mantinha obrigatoriamente presos à terra.

Politicamente, começou com um confronto entre a Igreja e os diferentes reis e imperadores. Os imperadores procuraram obter mais autonomia e deixar de estar sujeitos às instituições eclesiásticas. Apesar do poder dos monarcas, em muitas ocasiões o papado tinha a última palavra e até mesmo nomeava os líderes.

Entre os reinos que começaram a se consolidar neste período, destacam-se os herdeiros do Império Carolíngio: a França e o Sacro Império Romano.

Enquanto isso, os normandos se estabelecem no que hoje é o norte da França, estabelecendo um poderoso ducado. Eles também começam a lançar as bases para o que seria a Inglaterra.


Na Espanha a reconquista avança, deixando os muçulmanos praticamente reduzidos ao território de Al-Andalus.

Crise medieval

Tudo o que foi conquistado durante os primeiros séculos deste período está prestes a desaparecer devido à grande crise que assolou a Europa no século XIV.

No contexto da crise, juntaram-se vários fatores com grande impacto na economia, na demografia e na política. No século XV o continente começou a se recuperar, dando lugar à Idade Moderna.

Segundo alguns autores, as grandes fomes ocorridas foram consequência de algumas mudanças climáticas e do crescimento populacional dos séculos anteriores. Além disso, a agricultura da época ainda era pouco produtiva. Essas grandes fomes foram capazes de reduzir significativamente o número de habitantes.

O enfraquecimento causado pela falta de alimentos também provoca o aparecimento de epidemias. A mais conhecida e letal foi a Peste Negra, que atingiu o continente em várias ondas e matou entre 25 e 50 milhões de pessoas na Europa. A população caiu de 80 milhões para 30 milhões em apenas uma década.

Finalmente, é um período em que várias guerras civis acontecem entre diferentes senhores. Embora os estados estivessem se consolidando, ainda havia um longo caminho a percorrer para torná-los estáveis.

Cruzadas

Outro elemento importante no final da Idade Média são as cruzadas. É sobre as tentativas de conquista da chamada Terra Santa e, sobretudo, de Jerusalém, que estava em mãos muçulmanas.

Há até oito cruzadas ao longo dos anos. A primeira delas ocorre logo após o ano 1000 e com uma grande carga de fanatismo religioso.

Por mais bem-sucedidas que tenham sido essas expedições militares, elas tiveram grande impacto em vários aspectos sociais, políticos e econômicos da época.

A primeira repercussão foi o reforço do poder do papado, capaz de conceder bulas e outros benefícios religiosos aos nobres participantes.

Esses senhores viram duas consequências depois de participar. Muitos deles esbanjaram parte da riqueza de seus países ou regiões, ficando à mercê de seus rivais.

No entanto, outros conseguiram fortalecer suas posições após terem conquistado vitórias em batalha. Por fim, as cruzadas fizeram surgir ordens religioso-militares que iriam adquirir muito poder no território europeu, tanto político quanto econômico.

Muitas dessas ordens estavam relacionadas a outras de natureza monástica. Por seu poder, a Ordem do Templo ou os Cavaleiros Germânicos se destacam.

Principais características do final da Idade Média

Fortalecimento da monarquia

Cansados ​​do sistema feudal que tanto dava importância aos latifundiários e à aristocracia, os monarcas assumem a tarefa de fortalecer seu poder às custas do seu. Desta forma, a cada vez estão reduzindo as prerrogativas dos nobres e aumentando as deles.

A crescente importância das cidades faz com que os monarcas dependam da nascente burguesia, que começa a adquirir poder econômico. Mesmo os parlamentos começam a parecer enfraquecer os nobres.

Também estreitam os laços com a Igreja, para se legitimarem cada vez mais como poder absoluto.

Sociedade imobiliária

A organização social da época era fortemente hierárquica, embora com alguns novos elementos em comparação com o primeiro feudalismo.

Além disso, era uma organização baseada no nascimento, não podendo sair do estrato social a que pertencia a família.

No topo estava o rei, com poder crescente. Abaixo, a aristocracia e a nobreza, mais limitadas, mas ainda com enormes privilégios de todos os tipos.

Junto com eles estava o clero. Lembre-se de que muitos religiosos vieram de famílias nobres.

Na base estava o resto da população. As mudanças podem ser vistas na aparência, ao lado dos vassalos camponeses, de um pequeno número de camponeses livres: embora tivessem que continuar pagando aos senhores, eles eram livres para mudar de local de trabalho.

A burguesia foi inicialmente colocada na parte inferior da pirâmide, mas com o passar dos anos ela se tornou mais importante.

Economia

Nos primeiros séculos, durante a plena Idade Média, a economia melhorou consideravelmente.

Houve uma modernização de algumas técnicas agrícolas, o que ocasionou um aumento da produção.Assim, surgiram os arados normandos, a rotação de culturas e o moinho de água.

Isso levou à existência de um excedente de alimentos, fazendo com que o comércio se revitalizasse, uma vez que nem tudo que se obtinha era para o consumo doméstico. Essa maior prosperidade se traduziu em um aumento demográfico.

Embora a agricultura e a pecuária continuassem a ser a base da economia da época, a crescente importância das cidades trouxe uma nova classe social: a burguesia.

No aspecto econômico a dinâmica mudou um pouco, pois se tratava de artesãos ou trabalhadores braçais que se agrupavam em corporações.

Aparecimento da burguesia

Conforme mencionado, o crescimento das cidades e a crescente importância de algumas profissões que aí se desenvolveram suscitam mudanças importantes.

Aparecem os bairros: é o nome dos bairros em que viviam e trabalhavam artesãos e mercadores. Por isso, quem lá morava era conhecido como burguês.

A maneira de ganhar mais influência era agrupar-se em guildas que também tornavam a cooperação entre eles mais fácil.

Os sindicatos tentaram pressionar o poder para conseguir melhorias em suas condições econômicas, tanto no pagamento de tributos quanto na legislação.

Sua importância era tanta que em algumas cidades eles se encarregaram da defesa: cada guilda pagou seu próprio exército de mercenários e se encarregou de defender uma área da cidade.

Ordens religiosas e militares

Algumas reformas realizadas nos mosteiros fizeram a Igreja fortalecer ainda mais seu poder, além de estender a influência territorialmente.

Talvez a reforma mais importante seja a cisterciense, com San Bernardo de Clairvaux à frente.

São Bernardo é o protagonista no aparecimento de outras ordens religiosas de caráter militar. Eles foram criados para as cruzadas, mas alguns, como a Ordem do Templo, adquiriram enorme poder econômico.

A certa altura, foram eles que emprestaram mais dinheiro ao rei da França, e isso lhes deu muita influência.

Arte

Os estilos que predominam nessa época são marcadamente religiosos por natureza. Esses estilos tiveram o suporte material e econômico da burguesia.

Também começaram a ser fundadas as primeiras universidades, também ligadas à Igreja.

Estilo romântico

É o primeiro estilo artístico a aparecer em quase todos os países da Europa. Existem algumas variações dependendo do local, mas mantiveram uma série de características que os uniam.

O principal responsável pela sua divulgação foi a ordem monástica de Cluny, reforçada após a reforma que sofreu. A construção de mosteiros e igrejas difundiu o estilo românico por todo o continente.

Entre as obras mais importantes estão a Catedral de Worms (Alemanha), as cidades de Zamora e Ávila (Espanha) ou a Catedral de Angouleme (França).

gótico

Aparece durante o desenvolvimento máximo das cidades. Sua origem está no norte da França, mas está se espalhando pelo Ocidente a partir do século XIII.

Dentro da produção artística nesse estilo, destacam-se as grandes catedrais. Perante a escuridão e a sobriedade do românico, os góticos enchem-se de luz, elevando-se a grande altura.

Para construí-los foi necessário o surgimento de inúmeras inovações técnicas e a colaboração dos diversos sindicatos operários.

Além disso, outras manifestações artísticas dadas no gótico, como a escultura e a pintura, passam a ser independentes da arquitetura.

Algumas das obras mais destacadas são a Catedral de León, a de Notre Dame de Paris e a Abadia de San Denis.

Personagens históricos

A seguir, revisaremos alguns personagens notáveis ​​que viveram durante o final da Idade Média. De monarcas e nobres, a clérigos, filósofos, marinheiros, militares, literatos e artistas.

Henry IV

(1050-1106) Imperador do Sacro Império Romano entre 1084 e 1105. Teve forte luta contra a Igreja Católica, especificamente contra Gregório VII.

São Tomás de Aquino

(1224 - 1274) Um dos mais importantes teólogos, políticos, pregadores e filósofos não só da Idade Média, mas de toda a história. Sua grande revolução foram suas teorias de que o pensamento aristotélico não estava em conflito com a fé.

Isabel a Católica

(1451-1504) A rainha de Castela, juntamente com seu marido Fernando de Aragón, conquistou o reino nasrida de Granada em 1492, pondo fim à reconquista. Foi também, durante o seu reinado, quem deu apoio a Cristóvão Colombo nas suas viagens às Américas.

Joana D'arc

(1412 - 1431) Militares franceses com importante presença na Guerra dos Cem Anos entre a Inglaterra e a França. Ela morreu queimada em 1431, quando foi capturada pelos britânicos e a Igreja Católica fez dela uma santa.

Inocêncio III

(1161-1216) Um dos papas mais poderosos da história da Igreja Católica. Ele promoveu a cruzada para a Terra Santa em 1202 e enfrentou os almóadas que governavam Al-Andalus.

Dante Alighieri

(1265 - 1321) Viveu uma época de abertura e democratização das artes e letras. Sua obra Divina Comédia, é um clássico em que a evolução do pensamento medieval ao renascentista é capturada.

Outras

Monarquia e nobreza: Almanzor, Ricardo I da Inglaterra, Alfonso X o sábio, Fernando de Aragón, Boabdil, Teodoro I

Clero: Urbano II, Francisco de Asís, Nicolás de Oresme, Alberto Magno.

Militares, conquistadores e marinheiros: Genghis Kan, Marco Polo, Rodrigo Díaz de Vivar.

Artes e ciências: Averroes, Gonzalo de Berceo, Acipreste de Hita, Leonardo da Vinci, Avicena, Paracelsus, Roger Bacon.

Referências

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